quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Insegurança

"Eu sou feita de tão pouca coisa e meu equilíbrio é tão frágil, que eu preciso de um excesso de segurança para me sentir mais ou menos segura." (Clarice Lispector)

Tão clichê citar Lispector, mas quando li eu meio que me identifiquei.
"Eu sou feita de tão pouca coisa"... Não, talvez eu não seja pouca coisa, mas sinto como se eu fosse. Eu sinto que eu nunca sou o bastante para manter alguém por perto durante muito tempo. Eu sinto como se eu causasse um certo tipo de cansaço nas pessoas.
Sabe quando você está morrendo de vontade de conversar com alguém, mas tem medo de incomoda-la? É, eu sei que você sabe. Todo mundo se sente assim. Eu sinto também, não queria sentir - ninguém queria -, mas sente, e sendo assim, sinto mesmo. Sinto muito.
Eu coloco a mão no fogo pelas pessoas em que considero confiáveis, e mesmo assim, elas não sabem metade do que acontece comigo. Só conto o que elas perguntam. Nunca, jamais vou chegar nessas pessoas e contar espontaneamente o que eu estou passando, o que estou pensando, por medo delas ficarem de saco cheio de mim.
Talvez seja o fato de eu não me suportar sozinha. Eu preciso das pessoas comigo o tempo todo e não saberia o que fazer se eu as incomodasse e elas me deixassem só. Comigo mesma e mais ninguém.
E o pior, é que com toda essa minha insegurança eu as afasto do mesmo jeito. Elas acabam achando que o problema são elas, e na verdade sou eu. ("O problema não é você, sou eu". Nossa! Clichê de novo. Ninguém merece!)
E quando eu me sinto sozinha? Fico parecendo uma maluca. Paranoica. Desconfio que esteja tudo fora do lugar, que me esqueceram e nunca mais vão voltar a falar comigo. Como eu não me suporto nessas horas (e em hora nenhuma).
Enfim, acho que nunca encontrei uma frase "tão eu" quanto essa.

"...eu preciso de um excesso de segurança para me sentir mais ou menos segura"

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